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fonte : Wikimedia Commons |
A Itaipu Binacional deu um passo importante para a ampliação de sua matriz energética ao autorizar a implantação de uma usina solar flutuante na lâmina d’água de seu reservatório. O projeto prevê a instalação de aproximadamente dois mil painéis fotovoltaicos em uma área de 7 a 10 mil metros quadrados, no lado paraguaio da usina. O prazo para execução é de 150 dias, com mais 180 dias dedicados à assistência técnica, treinamento e aceitação final do produto.
A ordem de serviço foi assinada pelos diretores-gerais da Itaipu, Enio Verri (Brasil) e Justo Zacarias Irún (Paraguai), além dos representantes do consórcio binacional Sunlution-Luxacril, Ediléu Cardoso Jr. e Sebastian Rojas. A planta solar terá caráter experimental e capacidade de 1 MWp (Megawatt-pico), energia suficiente para abastecer cerca de 650 residências.
Segundo Enio Verri, a energia gerada pela usina flutuante, estimada entre 1,8 mil MWh e 2 mil MWh, será utilizada para atender parte do consumo dos escritórios da própria Itaipu. O principal objetivo do projeto é realizar estudos de viabilidade e avaliar impactos ambientais no reservatório, podendo servir de base para futuras ampliações da tecnologia na própria hidrelétrica e em outros reservatórios do Brasil e do Paraguai.
“A energia elétrica é uma política de inclusão social. O Brasil, como maior produtor de energia hidrelétrica do mundo, pode aproveitar sua infraestrutura para ampliar a geração de energia solar. Acredito que em poucos anos essa energia será ofertada à sociedade”, destacou Verri.
O CEO do grupo KWP Energia/Sunlution, Ediléu Cardoso Jr., ressaltou que a instalação de painéis solares em apenas 10% da lâmina d’água do reservatório já permitiria a geração de 14 mil MW de potência instalada – equivalente à capacidade da própria Itaipu. “Este é o primeiro projeto desse porte em uma empresa binacional no mundo. É um passo significativo para a adoção de uma nova fonte de geração em grande escala”, afirmou.
A apresentação técnica do projeto foi conduzida pelo chefe da Assessoria de Energias Renováveis do lado paraguaio da Itaipu, Pedro Domaniczky, e pelo engenheiro Márcio Massakiti, do lado brasileiro. Segundo Massakiti, o modelo flutuante traz benefícios como a preservação de áreas terrestres, a redução da evaporação da água do reservatório e a mitigação da formação de algas, contribuindo para a preservação do ecossistema aquático.
“Esses são benefícios previamente conhecidos, mas agora poderemos comparar os dados antes e depois da instalação da usina, subsidiando tecnicamente os diretores da Itaipu para futuras decisões”, explicou Massakiti.
O consórcio Sunlution-Luxacril venceu a licitação com uma proposta de US$ 854,5 mil, um deságio de 11,72% em relação ao previsto no edital. O contrato inclui desde a entrega do projeto de engenharia até a instalação completa do sistema, abrangendo equipamentos elétricos, estrutura mecânica, obras civis, construção, montagem e comissionamento.
“Nós estamos trazendo para Itaipu o que há de mais moderno no mundo em usinas solares flutuantes”, afirmou Ediléu Cardoso Jr.
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